1 de dezembro de 2008

Brasília em chuvas

Por incrível que pareça, a quantidade de chuva nesses últimos meses não está acima do normal. E ao contrário do que se tem ouvido nas rodinhas de conversas, as chuvas também não chegaram atrasadas, não estão exageradas e... Não! Não há nenhum tipo de anomalia climática. Mas se tem um ponto em que todos têm razão, é que a cidade está um caos.

Ruas alagadas, não só nas satélites, mas no centro de Brasília, nas L2 sul e norte e nas vias de acesso ao Plano Piloto. Se normalmente a viagem de ônibus já é difícil, lotado, com as pessoas molhadas e as janelas fechadas por conta da chuva fica ainda mais insuportável. Trânsito lento, acidentes, atrasos, problemas sobre problemas.

É claro que a chuva colabora, mas antes de existir cidade já existia chuva e todos sabem que é preciso se preparar para essa época. O mesmo deveria ser feito pelas autoridades competentes. Há problemas em vários pontos das cidades, como bueiros entupidos, vias de acesso em obras e asfaltos em péssimo estado de conservação. Sem contar prédios mal conservados com goteiras e infiltrações. Ruim para o motorista e pior ainda para o pedestre.

O discurso que as tempestades vieram para compensar a falta de chuva dos meses anteriores, que o clima de Brasília está ficando doido – é o efeito estufa, o buraco na camada de ozônio, o aquecimento global – enfim, todas essas argumentações alarmistas apenas desviam o foco do problema, colocando a culpa no fim dos tempos que se aproxima, ao invés de enxergar as questões reais e cobrar soluções.

A maioria das pessoas coloca a culpa nas chuvas. “É água que não acaba mais!”, escuto sempre. Mas acaba sim. Cada mês tem uma média esperada de quantidade de chuvas. Ainda que tenham acontecido algumas variações para mais ou para menos do que o esperado, foi algo tão pequeno, se comparado ao todo, que não justifica a inquietação. O que de fato aconteceu foram algumas chuvas mais fortes em um momento, o que não indica nenhum tipo de problema no clima. A época de seca vai chegar e as pessoas vão passar a reclamar da baixa umidade.

Então hoje vou sair de casa resignada. Não vou me preocupar se vai ou não chover. Levo uma blusa, um guarda-chuva, e calço um sapato fechado. Contra o clima, dá pra me prevenir, mas e contra a falta de infra-estrutura da minha cidade, o que eu devo levar na bolsa?
Diândria Daia, Março de 2008

2 comentários:

Henrique Fendrich disse...

Mas não chegou a ser que nem em Santa Catarina né? rs... Gostei das reflexões que faz.

Diândria Daia disse...

Ahh, não mesmo! Essa crônica é meio velha. Esqueci de colocá-la aqui antes... Ei!! Gosto muito das suas visitas, hehehe... bjs