12 de fevereiro de 2009

Nas nuvens


Parece um casco de tartaruga com pernas de coelho, rabo de cachorro e cabeça de passarinho. Parece. Mas é uma nuvem esparramada de qualquer jeito nesse céu de azul estonteante. Ao lado dela tem várias outras nuvens esparramadas, com formatos doidos, que eu não sei dizer com que se parecem, porque não tenho muita imaginação.

Pensando bem, nem posso reclamar da minha imaginação, porque nos últimos tempos ela sonhou vários tipos diferentes de finais felizes com ele. Mas se fosse um filme, só o fato de ser final feliz já seria um indicativo de pouca criatividade, sinônimo de clichê. Cult é ter um final mirabolante, próximo da realidade e de preferência difícil de compreender, daqueles que você volta para casa pensando o que aquilo quis dizer.

Acho que geralmente não querem dizer nada, não. É que eu não sou cult. Sou clichê, romântica, previsível e sem imaginação.

Na última noite que nos falamos estava frio lá fora e cheio de nuvens escuras, bem diferentes dessas aqui. Depois que me despedi, fechei os olhos esperando o beijo que não veio. Esperei, esperei, até adormecer. Depois que eu dormi, ele apagou a luz, virou as costas e saiu. Não reparei se esqueceu a porta aberta, mas sei que não vai voltar; foi o fim. Pena que não foi um final feliz.

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